quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

RAW vs JPEG - Qual formato utilizar?

As opções não são muito explicativas
na Nikon D5100
Algumas câmeras, principalmente as DSLR, permitem que as imagens sejam gravadas em JPEG, padrão tradicional e conhecido por muita gente, e o formato RAW. RAW não é necessariamente a extensão do arquivo. Esta irá variar de acordo com o fabricante da câmera. Como qualquer outra configuração não muito autoexplicativa, fica aquela perguntinha: e aí, qual eu uso? Pra responder a essa pergunta, é necessário, primeiro, entender o que são cada um deles e para que servem.

JPEG: Imagem final


Imagens no formato JPEG podem ser exibidas por qualquer software de visualização de imagens. É um padrão reconhecido e qualquer pessoa consegue visualizar sem problemas. Quando compartilhamos imagens com qualquer pessoa, elas não terão problemas em abrir esse tipo de arquivo em seus dispositivos. Esta é uma grande conveniência desse formato.

No formato JPEG existe compressão dos dados, na forma de remoção de pixels "desnecessários". Normalmente esse processamento é feito através da quebra da imagem em diferentes frames. Nesses quadros (frames) é feito uma análise de quais pixels podem ser removidos, através de uma análise de redundância, sem que o olho humano perceba muita diferença do quadro original. Conforme aumentamos o nível de compressão da imagem JPEG, diminuímos a qualidade da imagem, já que uma maior quantidade de pixels serão descartados neste processo. Essa forma de compressão de imagens é conhecida como DCT. Devido a essa compressão com perda de pixels, normalmente a imagem possui um tamanho razoavelmente pequeno. Um JPEG de boa qualidade tem em torno de 1/3 do total de megapixels da câmera. No caso da D5100, que possui 16 megapixels, a imagem resultante teria um tamanho de 5 MB, aproximadamente.

Além da compressão dos dados, ao gerar a imagem JPEG a câmera efetua um processo de aumento de contraste e nitidez da imagem. Já que a imagem final possui pouca flexibilidade para pós-processamento, ela já deve ter uma qualidade boa. Por isso normalmente uma imagem JPEG já sai da câmera com uma beleza superior a uma imagem RAW.

RAW: A Imagem como ela realmente é


O formato RAW preserva a imagem exatamente como ela foi registrada pelo sensor da câmera. Não é feito nenhum processamento na imagem resultante, e todas as informações captadas são mantidas intactas. Pode-se dizer que o arquivo RAW é basicamente o negativo da foto. Isso significa que é praticamente obrigatório o pós-processamento da imagem em um software que trabalhe com arquivos RAW. Eu, particularmente, utilizo o Lightroom pra isso (e acho uma ferramenta excepcional!). O pós-processamento da imagem no computador permite uma gama enorme de possibilidades em termos de resultado final. Pode-se aumentar e diminuir a exposição da imagem, bem como obter um controle fino sobre a nitidez, saturação, contraste, etc.

Processamento de imagens RAW

Vejamos abaixo a mesma imagem processada de formas diferentes:

possibilidades processamento imagens raw
D5100 (35mm f/1.8) @ f/5.6, 1/10 sec, ISO 400


Com as possibilidades de pós-processamento da imagem, torna-se muito mais fácil corrigir alguns pecados cometidos durante a captura da imagem. Afinal, nenhum fotógrafo acerta a exposição sempre. Principalmente em momentos onde a luz disponível está em constante variação. O white balance é outra configuração que traz um resultado muito melhor se manipulado em uma imagem RAW. Mas tudo isso exige uma maior dedicação do fotógrafo para manipular a imagem.

RAW vs JPEG

No fim das contas, nos resta pesar as vantagens de cada formato e decidir qual nos é mais adequado.

JPEG RAW
Relação megapixels/tamanho 1/3 (Aproximadamente 5MB com câmera de 16 megapixels) 1 (Aproximadamente 16MB com câmera de 16 megapixels)
Requer pós-processamento Não Sim
Flexibilidade de edição Baixa Alta
Qualidade de imagem Variável Máxima

E aqui podemos ver o exemplo de uma imagem JPEG (esquerda) e RAW (direita), exatamente conforme elas saíram da câmera:

D5100 (35mm f/1.8) @ f/5.6, 1/10 sec, ISO 400

As imagens são exatamente iguais (utilizei a função RAW + JPEG na câmera, gerando duas versões da imagem). Como a câmera já efetuou o processamento na imagem da esquerda, pode-se perceber uma pequena diferença entre elas.

E então, qual eu uso?


E quando digo eu, falo eu mesmo. Depois que descobri RAW, eu nunca mais voltei pra JPEG. Mas isso porque eu gosto muito de abrir a foto e mexer até ficar do jeito que eu goste. Pra mim, o ato de escolher as fotos a dedo e editar uma por uma faz parte do processo, e é esse todo de clicar e trabalhar no meu clique que me faz curtir tanto fotografia. Por mais que uma foto saia "pronta" quando uso JPEG, eu sempre fico com aquela incerteza se a foto está da melhor forma que poderia ficar em termos de cores, contraste, etc... Claudia Regina, no Dicas de Fotografia, tem a mesma opinião que eu em relação a isso, e possui uma análise bem interessante entre RAW e JPEG. Mas há divergências no assunto, como na opinião de Ana Nunes, no Tecmundo.

Espero que, com essas informações, seja possível decidir qual formato utilizar durante seus cliques. E não deixe de comentar qual seu formato preferido e porque.



sábado, 22 de fevereiro de 2014

Imagem Inicial

Parabéns! Você acabou de acessar o primeiro post desse blog de fotografia! Aqui é possível encontrar de tudo relacionado a fotografia, como equipamentos, teorias (exposição, composição, etc) e técnicas. Espero que sintam-se bem, e vou fazer o máximo para que a leitura não se torne muito cansativa. Bom proveito!

Primeiramente, gostaria de demonstrar uma foto que registrei no Farol de Santa Marta - SC e fazer alguns comentários.

35mm 1/5 sec, f/8, ISO 100 

Ao trabalhar no pós processamento dessa foto, achei ela pouco interessante. A maior parte dela está escura, deixando apenas um pôr do sol comum. O que poderia ser feito pra melhorar essa foto? O ideal seria eu ter utilizado a técnica de HDR, onde tira-se várias fotos com exposições diferentes para depois combiná-las.  Felizmente, quando trabalhamos com imagens no formato RAW, podemos "simular" um HDR, utilizando um software de processamento de imagens.

A foto abaixo, processada, gerou uma quantidade razoável de likes e favorites no site 500px.


Fiquei impressionado com a aceitação e duvido que a imagem original, teria tido o mesmo efeito. Por isso reforço que o clique da câmera é apenas o começo de uma imagem marcante. Além da criatividade, do momento, ou timing, na maioria das vezes é necessário trabalhar na imagem para tirar o máximo que ela pode nos dar.